Livro: Libertinagem & Estrela da Manhã-Rio de
Janeiro-1930:
Libertinagem-Rio
de Janeiro 1930 :È o quarto livro de poemas de Manuel Bandeira, mas é
o seu primeiro livro verdadeiramente moderno e importante.É uma sucessão
se poemas espantosos , cheios de novidade ,humor ,erotismo, refinamento
musical, força de imagens- tudo isso produzindo uma intensidade emocional que ,
ás vezes , aproxima-se do piegas ,mas nunca cai nele.
Alguns dos poemas mais famosos de Bandeira fazem parte deste
livro: “Pneumotórax”, cena de humor negro envolvendo um tuberculoso e um médico
infame; “Pensão familiar”, cena do cotidiano de uma “pensãozinha burguesa”, com
o inesquecível gatinho que “faz pipi” e “encobre cuidadosamente a mijadinha”
“a única criatura fina da
pensãozinha burguesa”; “Profundamente”, um dos grandes poemas da morte deste
grande poeta da morte, e, talvez o mais célebre de seus poemas, “Vou-me embora
pra Pasárgada”, deliciosa utopia que apresenta a fantasia de um país em que
todos os desejos se satisfazem, especialmente os desejos sexuais:
“ Vou-me
embora prá Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu
quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora prá Pasárgada”
(...)
Primeiro livro de Manuel Bandeira, A Cinza
das Horas, é marcado pelo tom fúnebre, e traz poemas
parnasiano-simbolistas. São poesias compostas durante o período de sua doença.
Do ano em que o poeta adoece até 1917, quando publica A Cinza das Horas,
é que se daria a etapa decisiva e a inusitada gestação de um dos maiores
escritores da língua portuguesa.
Segundo ele próprio, Manuel Bandeira, quando
publica esse livro não tinha a intenção de começar carreira literária:
"desejava apenas dar-me a ilusão de não viver inteiramente ocioso". O
eu-lírico vivencia o ato de morrer à medida que descreve sua agonia em seus
versos que são seu sangue.
Estrela da
vida inteira
O livro Estrela da Vida Inteira é,
sobretudo, uma reunião, um conjunto de livros de Bandeira. Portanto, ao entrar
em contato com essa obra o leitor estará diante de um panorama geral da lírica
de um dos maiores poetas que nosso país produziu. Vejamos, então, a seqüência
das obras de Bandeira, e a análise de alguns dos seus mais expressivos poemas.
Carnaval
Em Carnaval ainda
encontramos poemas que seriam definidos pelo próprio Bandeira como “pastiches
parnasianos”, “uns fundo de gaveta”, poesia deslocada em sua obra que nada
acrescenta ao livro. Todavia, em alguns desses casos, visualizamos certas
tendências que se acentuariam mais tarde no Modernismo de 22, como em Verdes
Mares, poema no qual verificamos o uso da piada em poesia:
Clama uma voz amiga: - Aí tem o
Ceara.
E eu, que nas ondas punha a vista
deslumbrada,
Olho a cidade. ao sol chispa a areia
dourada.
A bordo a faina avulta e toda a gente
já.
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